sábado, 12 de maio de 2007

Agricultura brasileira

A Dinâmica da Agricultura
  1. Agricultura no Brasil Industrial:
    Antes de 1950, a indústria dependia da agricultura.
    Após 1958 (Êxodo Rural), o campo passa a depender da cidade.
  2. A relação de trabalho no campo.
    a) Assalariado
    b) Assalariado temporário - empreitada (peão de trecho, bóia-fria, Corumbá...)
    c) Parceiro (Meeiro) - a produção é dividida ao meio
    d) Arrendatário: aquele que aluga a terra.
  3. A organização do espaço agrário
    Mecanização do campo e a expropriação
    Reforma Agrária
    Posseiro e Grileiros
    Posseiros são pessoas que ganharam o direito à posse da terra, mas não possuem os documentos de posse desta, enquanto os grileiros são jagunços e pistoleiros que são contratados pelos latifundiários para pressionarem os posseiros a saírem das terras.
  4. Sistemas Agrícolas: Conjunto de técnicas que o homem utiliza no solo, para retirar as nossas necessidades. Terra (área) + trabalho ( mão-de-obra disponível) + capital = produção.
  5. Tipos de Sistema Intensiva: uso de muito capital para investir em técnicas, são comuns empaíses do Norte, o trabalho é qualificado, clima de Zona Temperada, possui alta produtividade. Extensiva - a terra apresenta baixa produtividade, é de subsistência, mão-de-obra familiar, baixo investimento.
  6. Reforma Agrária
    É a redistribuição de terras improdutivas à indivíduos dispostos a nela trabalharem, produzir recursos e se fixarem.
  7. Existem dois tipos de terras improdutivas: terras devolutas - terras improdutivas que pertencem somente ao governo e terras ociosas - improdutivas que pertencem a particulares, porém com o índice de produtividade zero ou muito baixo em proporcionalidade à extensão das terras.
  8. Segmentos que estão envolvidos com a questão fundiária no país:
    M.S.T
    (Movimento dos Sem Terra)- surge na década de 70 (no Rio Grande do Sul). Atualmente vem deixando de ser um movimento exclusivamente social com fins de reforma agrária para fazer incursões pelo meio político.
    Latifundiários - proprietários de grandes extensões de terra. É importante observar que, apesar apesar de uma grande parcela desses proprietários verem a terra apenas como instrumento meramente especulativo, um latifúndio não tem que ser necessariamente improdutivo.
    Estado - Através do I.N.C.R.A (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), promove a redistribuição das terras entre os que verdadeiramente merecem tê-la.
  9. Os sistemas agrícolas

    Os sistemas agrícolas podem ser classificados como intensivos ou extensivos. Essa classificação está ao grau de capitalização e ao índice de produtividade. As propriedades que, através da utilização de modernas técnicas de preparo do solo, cultivo e colheita, apresentam altos índices de produtividades e conseguem explorar a terra por um bom período, praticam agricultura intensiva. Já as propriedades que utilizam a agricultura tradicional, apresentando baixos índices de produtividade, praticam a agricultura extensiva.

    a) A agricultura itinerante

    Esse tipo de sistema agrícola é aplicado em regiões onde a agricultura é descapitalizada. A produção é obtida em pequenas e medias propriedades ou em parcelas de grande latifúndio, com utilizações de mão-de-obra familiar e técnicas tradicionais. Por falta de recursos, não há preocupação com a conservação do solo, as sementes são de qualidade inferior e não há investimentos em fertilizantes, por isso, a rentabilidade e, as produções são baixas. Depois de alguns anos de cultivo, há uma diminuição da fertilidade natural do solo. Quando percebem que o rendimento está diminuindo, a família desmata uma área próxima e pratica queimada para acelerar o plantio, dando inicio a degradação acelerada de uma nova área, que em breve também será abandonada. Daí o nome da agricultura itinerante.
    Em algumas regiões do planeta, a agricultura de subsistência, itinerante e roça, está voltadas as necessidades de consumo alimentar dos próprios agricultores. Tal realidade ainda existe em boa parte dos países africanos, em regiões do Sul e Sudeste Asiáticos e na América Latina, mas tem prevalecido hoje é uma agricultura de subsistência voltada ao comercio urbano.
    O agricultor e sua família cultivam um produto que será vendido na cidade mais próxima, mas o dinheiro que recebem só será suficiente para garantir a subsistência de cultivo e aumentar a produtividade.
    Esse tipo de agricultura é comum em áreas distantes dos centros urbanos, onde a terra é mais barata; predominam as pequenas propriedades, cultivadas em parceria.
    b) Agricultura de jardinagem
    Essa expressão tem origem no Sul e no Sudeste da Ásia, onde há uma enorme produção de arroz em planícies inundáveis, com a utilização de mão-de-obra.
    Tal como a agricultura de subsistência, esse sistema é praticado em pequenas e medias propriedades cultivadas pelo dono da terra e sua família. A diferença é que nelas se obtém alta produtividade, através do selecionamento de sementes, da utilização de fertilizantes e de técnicas de preservação do solo que permitem a fixação da família na propriedade por tempo indeterminado. Em países como as Filipinas, a Tailândia, devido a elevada densidade demográfica, as famílias obtém áreas muitas vezes inferiores a um hectare e as condições de vida são bem precárias.
    Em países em que fizeram reforma agrária, Japão e Taiwan, após a comercialização da produção e a realização de investimentos para a nova safra, há um excedente de capital que permite melhor, a cada ano, as condições de trabalho e a qualidade de vida da família. Na China, desde que foram extintas as comunas populares, houve um significativo aumento da produtividade. Devido a grande população, o excedente a modernização da produção agrícola foi substituída pela utilização de enormes contingentes de mão-de-obra. Em algumas províncias, porém, está havendo um processo de modernização, impulsionando pela expansão de propriedades particulares e da capitalização proporcionada pela abertura econômica a parti de 1978. Sua produção é essencialmente voltada para abastecer o mercado interno.

    c) As empresas agrícolas
    São as responsáveis pelo desenvolvimento do sistema agrícola dos países desenvolvidos. Nesses sistemas, a produção é obtida em medias e grandes propriedades altamente capitalizadas. A produtividade é bem alta devido ao selecionamento de sementes, uso intensivo de fertilizantes, elevado de mecanização no preparo do solo, no plantio e na colheita, utilização de silos de armazenagem, sistemático de todas as etapas da produção e comercialização por técnicas. Funciona como uma empresa e sua produção são voltadas ao abastecimento tanto do mercado interno como o externo. Nas regiões onde se implantou esse sistema agrícola, há uma tendência a concentração de terras.

    d) Plantation
    É a propriedade monocultura, com produção de gêneros tropicais, voltadas para a exportação. Esse sistema agrícola foi amplamente utilizado durante a colonização européia na América.
    Na atualidade, esse sistema persiste em várias regiões do mundo subdesenvolvido, utilizando, além de mão-de-obra assalariada, trabalho semi-escravo ou escravo, que não envolve pagamento de salário. Trabalha em troca de moradia e alimentação. No Brasil, encontramos plantation em várias partes de territórios, com destaque para as áreas onde se cultivam café e cana-de-açúcar.
    Próximo das platations sempre se instalam pequenas e medias propriedades policulturas, cuja produção alimentar abastecer os centros urbanos próximos.

    e) Cinturão Verde e Bacias leiteiras
    Ao redor dos centros urbanos, pratica a agricultura e pecuária intensiva para atender as necessidades de consumo da população local. Nessas áreas, produzem-se hortifrutigranjeiros e cria-se gado para a produção de leite e laticínios em pequenas e medias propriedades, com predomínio da utilização de mão-de-obra familiar. Após a comercialização da produção, o excedente obtido é aplicado na modernização das técnicas.

    f) A agropecuária em países desenvolvidos

    A agricultura e a pecuária, no geral, são praticados de forma intensiva, com grande utilização de agrotóxicos, fertilizantes, técnicas aprimoradas de correção e conservação dos solos e elevados índices de mecanização agrícola. Por isso, a mão-de-obra no setor primária da economia é bem pequena.
    Nesses países, além do enorme índice de produtividade, obtém-se um enorme volume de produção que abastece o mercado interno e é responsável por grande parcela do volume de produtos agropecuárias que circulam o mercado mundial. Uma quebra na safra de qualquer produto cultivado nos Estados Unidos ou na Europa tem reflexos imediatos no comércios mundial e na cotação dos produtos agrícolas.

    g) Agropecuária em países subdesenvolvidos

    Tanto nos países subdesenvolvidos cuja base da economia é rural , como nas regiões pobres dos países subdesenvolvidos que se industrializaram, há um amplo predomínio da agricultura de subsistência, que ocupa os piores solos, e do sistema de plantation, área de solos melhores. Essa situação é uma herança histórica do período em que esses países foram colônias.
    O setor primário constitui a base da economia nesses países. O percentual da população economicamente ativa que trabalha no setor primário é sempre superior a 25%, ou até muito mais, como a Etiópia, 77% da população ativa é agrícola. É comum vigorar uma política agrícola que priorize a produção voltada ao abastecimento do mercado externo, mais lucrativo.

    Exercício

    1) Caracterize a agricultura intensiva.
    2) Caracterize a agricultura extensiva.
    3) Como é classificada a forma de agricultura nos países desenvolvidos, trazendo quais resultados?

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